Crianças de ontem e CriOnças de hoje

Domingo de manhã, acordo às 6, perco o sono. Vou fazer uma xicara de café e ler a Veja, os comentários do blog, respondo alguns ( agora to poupando o braço).

Vejo um comentário de Silvana, a Lady Pumpkin, no blog da rosa de glacè.

Ela disse que quando eramos crianças nós não perguntavamos sobre  nada. Não sabiamos nada.

E isso era tão bom!

Eu me lembro bem que alguns assuntos não eram comentados na nossa frente e se alguem descuidava, logo algum adulto avisava:

tem gente descalça na sala!

Meus olhos procuravam por alguem descalço até encontrar meus proprios pés, calçados com meinha enfeitadas e sapatinhos Quicker (do patinho amarelo na caixa) sem entender a colocação.

Demorei anos pra entender isso, até que comecei a usar a mesma expressão em relação às minhas primas menores.

Na frente de criança, não se discutia sobre sexo, violência, doenças, falta de dinheiro, traições…

A vida da criança era brincar despreocupada e estudar.

Acho que de certa forma eramos muito poupadas.

Não que a criança fosse um cidadão de segunda categoria, mas tinhamos hora para nos manifestar.

POUCAS HORAS, claro.

TV, algumas horas por dia, e nem tudo era permitido. Dormir cedo. Hora de brincar e hora de estudar.

Depois de uma infância tranquila, de bonecas e desenhos da Hanna Barbera, a gente passava pra adolescencia espinhuda e daí pra fase adulta. Cada fase no seu tempo.

Hoje, a criança, ou  a CRIONÇA,  aquele serzinho meio gente meio fera, expressa a sua vontade com força, é o consumidor numero 1, domina o mercado, os pais, faz coisa que até Deus duvida.

Cansei de ouvir gente falando que não conseguiu sair de casa porque as meninas ( de 3 anos) não queriam ir.

Ou que não assiste Tv porque o filho NÃO DEIXA.

Ou não faz tal coisa porque a neta NÃO GOSTA.

Ou numa mesa lotada de comida, a criança olha e diz: NÃO VOU COMER PORQUE NÃO TEM NADA QUE EU GOSTO.

E o adulto atencioso corre pro fogão pra fazer um ovinho mexido ou um miojo pra criança chata.

Acho que bombardeamos as crianças muito cedo com informações demais, as fizemos participar dos nossos problemas e crises.

Elas opinam sobre tudo mesmo sem entender a situação.

Els assistem noticiários e programas que retratam o “mundo cão”.

Seguem modismos e ditam a moda, compram status e amizades.

Eu controlo meus filhos de perto. Não falo de TUDO com eles mas converso sobre tudo.

Se é que voces me entendem. Oriento e encaminho. Mas ainda há situações em que fico P da vida.

“Mas até voce Li ? Voce é tão cabeça fresca…deve ser uma mãe tão light, amiga dos filhos…”

Nossa! É só o que eu ouço! É, sou amiga, sou companheira, mas sou mãe!

São meninos bacaninhas? São, mas tambem me tiram do sério. Em dois minutos coloco cada um no seu lugar.

Fico P. da vida quando ouço algumas pérolas ditas pelos meus filhos. Eles acham que entendem de tudo! Do que é melhor pra eles, a melhor escolha, como administrar o dinheiro deles… Mas não perco a chance de argumentar sempre que algum conflito aparece.

Apesar de parecer que eu aparentemente perdi a batalha, mais para frente vejo que surtiu efeito

Ainda assim eu acho que eles são excelentes, melhores que muitas crianças que vejo por aí. O senso de lealdade deles é muito forte.

Então é isso que eu acho que devemos incutir neles, já que não dá pra poupa-los da realidade: valores morais e lealdade, amor pelos de casa, pelos amigos e valor à vida.

e este foi mais um momento, Oh meu Deus, meus filhos estão crescendo e vão cair no mundo!