O livro Hypnerotomachia Poliphili foi escrito a mais de 500 anos. A tradução do titulo seria algo como A luta amorosa de Poliphilo em um sonho.
Sua autoria é incerta, mas o nome do frei Franceso Colona é citado sempre, pois as letras iniciais de cada capítulo formavam a sentença: ” irmão Francesco Colonna amava Polia intensamente”.
O fato de ter sido impresso pelo veneziano Aldo Manuzio, conhecido por ser o primeiro impressor profissional da Itália, confere verdade ao texto.
A narrativa é cheia de aventuras e fala do amor do jovem Poliphilo pelo sua amada Polia.
O que o torna famoso é que poucos conseguem entende-lo…Tambem é cheio de ilustraçoes magnificas, feitas por um artista desconhecido.
Só em 99 apareceu a primeira versão completa do Hypnerotomachia Poliphili.
E é este romance interessante e incompreeendido o ponto de partida de O ENIGMA DO QUATRO, de Ian Caldwell e Dustin Thomason.
Começo declarando o que eu esperava logo nas primeiras páginas: a trama atual costurada à história antiga e a relação dos personagens com ela.
Depois de muitas páginas percebi que o livro dava fundo a verdadeira trama: a amizade dos 4 universitarios de Princeton, e em particular, o forte elo entre Tom e Paul.
Se há flashbacks na trama, não remonta a 500 anos atras, mas o suficiente apenas para que saibamos como Tom conheceu cada amigo ali, e como era o seu relacionamento com seu pai. Aliás, os flashbacks as vezes nos enganam, fazendo nos pensar ser parte da história atual, cuidado!
Os quatros jovens, Paul, Tom, Gil e Charlie estão juntos desde o inicio da faculdade. Paul, menino pobre e sem familia nem acreditou quando conheceu Tom, filho de um professor universitário e tambem estudioso do Hypnerotomachia. O livro é a sua tese de formatura, mas durante as pesquisas Paul encontra a prova de que em suas páginas se encontra a pista para encontrar um tesouro.
Mas o orientador de Paul, Vincent, parece a todo custo querer desanimar o rapaz em suas pesquisas.
E a todo hora aparecem eventos estranhos envolvendo o livro e até roubos e uma morte.
O Hypnerotomachia Poliphili é como uma mulher sensual, que enfeitiça quem se envolve com ele. Paul consegue colocar seus amigos na pesquisa, mas Tom, embora recuse no início, aos poucos vai notando que não pode se afastar do livro.
O livro é cheio de frases lindas e bem escritas, como esta dita à Tom por seu pai: “O forte tira do fraco, Thomas, mas o esperto tira do forte.”. Durante toda a trama Tom vai se lembrar desta frase e como ela se aplica a cada situação.
Ou: “nunca se entregue de maneira tão profunda a alguma coisa cujo fracasso possa lhe custar a felicidade”.
O Enigma foi espinafrado sem dó pela Folha, e alguns críticos.
Mas voces sabem o que eu acho de críticos. Uma coisa é um leitor dizer que não gostou, que achou confuso, ou que não conseguiu prestar atenção à trama. Outra coisa é dizer que o livro é ruim, que a traduçao é pessima e blá, blá, blá.
Vale a pena ler.
ps: para quem se interessa há versões do Hypnerotomachia Poliphili para download ou para comprar
Eu tenho esse livro há algum tempo, confesso que comecei a ler na época, mas não fluiu. Voltei para a estante com a promessa de voltar a ele depois. Assim o farei!