Aaron tem 36 anos, 1,90 e olhos castanhos, é editor na firma da familia e vê sua mulher morta todos os dias.
É assim que começa esta estória que eu já ía abandonando no primeiro capitulo.
Mas eu não desisto fácil ( sou brasileira) reli as orelhas, vi a foto da premiadissima autora, e resolvi dar aos dois _eu e o livro_ uma chance de nos conhecermos melhor.
Dorothy, uma medica de 43 anos casada com Aaron, morreu quando uma arvore caiu sobre a casa deles, acabando com um casamento tão tranquilo que era infeliz, pois a maioria das coisas nem eram conversadas. Agora ela aparece todos os dias, e eles simplesmente conversam ou caminham lado a lado enquanto Aaron tenta se curar da dor da perda.
As pessoas que o rodeiam são tão sem noção eu acham que só porque ele perdeu a mulher recentemente que pode consolar uma pessoa que sofreu a mesma perda, ou repor aquela pessoa que está faltando, por outra.
Sobre a dor que muitos acham que desaparece assim, num estalar de dedos ele diz:
“ é como a dor fosse coberta por um tipo de cobertor. está ali, mas as pontas mais afiadas estão…acolchoadas, ou algo assim. entao eu levanto as pontas do cobertor e -uau! é como se fosse uma faca. nao sei se isso vai mudar um dia“.
ele se acostuma a viver sua nova vida de viúvo olhando com os olhos de Dorothy.
e tem que recomeçar a vida, reconstruindo a casa enquanto mora com a irmã Nandina.
achei mais envolvente pelo fato de ser narrado em primeira pessoa, enquanto ele conta como a morte da mulher o afeta.
depois de um destes encontros ele diz que se afastou andando vagarosamente como quem carrega um copo cheio de liquido: é como se Dorothy fosse o liquido e Aaron estivesse tão completo com aquela presença que caminhava vagarosamente para nao perder uma gota dela.
é um livro onde se sente a dor da perda como ela realmente é.
antes de escrever esta resenha eu li algumas e me espantei me ver que muitos não entenderam a intenção do livro, achando-o “chato”.
é assim mesmo: vivemos uma vida toda, mas não nos preparamos pra dizer adeus aos queridos.
Eu sempre acho incrível nesses livros de viúvos americanos qdo as pessoas dizem: “já faz um ano que fulano morreu, tá na hora de vc arrumar outra pessoa”. Como se ficar sozinho ou em luto fosse contagioso.
Eu gosto de livros assim. Realmente, nos passam uma lição, um conselho, um olhar diferente sobre um assunto. A maioria das pessoas leem por ler, na verdade, não compreendem a história, não se dão a chance. Gostei muito da resenha e vou levar como dica de leitura para a minha fila interminável. Beijos!
Oi Liloca, este livro lhe caiu bem neste momento,não? Nada na vida é por acaso, tudo tem um “q” de mistéeeeeeeeeeeeeeeeerio e verdade!!Bjs Ieda
Dizer adeus a quem se ama é mesmo tããão difícil… Nunca estamos preparados.