Agora com os pitacos da Bel, meu cabelo ficou lindo. Com luzes bem claras, misturadas às mais escuras.
Mas estava um inferno. porque é assim: quando a gente corta o cabelo, ele demoooora pra ficar bom, pra pegar o jeito.
Aí vai melhorando; em seguida fica óootemo, depois maravilhoso e, como nada nesta vida é perfeito, começa a descambar.
Então vira um caso sério, depois uma meleca, depois um cocô. Até um dia que nada dá jeito naquilo.
é o inferno astral do cabelo.
ou como chamam: bad hair day. que é o estado psicologico do meu cabelo agora.
Normalmente eu não posso me queixar dele, que é bom coitado, não fala mal de ninguem, não ga$to quase nada com ele, mas tambem, quem não souber cortar cabelo liso pode pendurar as tesouras.
Se ele é bopnzinho na maior parte do tempo, quando ele entra em inferno astral, ou TPM capilar, é de chorar sentada na sarjeta.
Já fiz cada loucura, tipo entrar em salão que nunca vi e mandar cortar, mas hoje ando mais comportada. Corto cabelo com uns 4 ou 5 cabelereiros diferentes e todos acertam ( menos da ultima vez…)
Mas a um tempo atras, apareceu um cabelereiro novo, daqueles de bairro, que voce se perde procurando o endereço? disseram que ele cortava super bem e que era barateiro. resumo da ópera: todas as mulheres do meu trabalho estavam indo nele! e adorando
eita povo infiel, seu cabelereiro pode ser bom pra caramba, mas se tem um outro que fica famoso é lá que voce vai né? experimentamos cabelereiro como sabores de sorvete…
enfim…eu queria experimentar tambem né? Liguei toda animadinha e recebi como resposta “ não tem mais horário esta semana, queeerida”…
assim, bem afetado, e como se ele fossse ultima coca cola no deserto.
a resposta não me convenceu! o cabelo estava terrivel mesmo, muchibinho… e resolvi aparecer lá como quem não quer nada.
coloquei o modelito perua básica: blusa de seda da minha estampa preferida, calça preta, sapato altissimo de bico fino, prendi o cabelo numa banana e fui.
entrei no salão, soltei o cabelo e falei pro moço ( a ultima coca cola) com voz profunda:
“oi, eu preciso cortar o cabelo agora, senão eu vou morrer de desgosto! olha que coisa mais horrorosa”…
se ele tinha alguem marcada naquele horário eu nunca soube, mas ele me pôs sentada na cadeira, e fez o corte mais lindo que este cabelo já teve.
quando estava terminando de secar, ele me perguntou:
“foi voce quem ligou antes não é”
e eu “sim”
“mas eu disse que não tinha horário…”
“ eu sabia que voce me atenderia se visse o meu desespero” …
ele caiu na risada!
Tava na cara que eu queria ser perua quando crescesse!
E não é que ele cresceu mesmo? ele cresceu tanto, tanto ( para os lados), que largou a promissora carreira de cabelereiro e virou pai de santo.
E eu fiquei sem cabelereiro! pode?
mas hoje eu sou bem menos perua, mais basic, e já encontrei o Luciano, o Val, a Bel, e mais um monte de gente que tambem corta meu cabelo.
ahhaha tá parecendo minha tia. Ela vai em váaaaaaaaaarios cabeleireiros.
Ainda bem que vc foi pessoalmente no salão heim.